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Escolas de Música: campo de atuação profissional e de formação

“As escolas de música são espaços relevantes para a formação musical. É nessas escolas que ocorre a formação musical de muitos alunos que ingressam nos cursos superiores de música no Brasil e de profissionais da música que seguem carreira artística fora da universidade. Além disso, é nessas escolas que atuam egressos dos cursos de licenciatura e de bacharelado em música.

Existe um grande contingente de escolas de música com diversos perfis, entre elas as chamadas escolas de música livre ou alternativas, que se caracterizam por serem escolas de caráter privado e sem vínculo com redes ou sistemas de ensino público. Os seus professores, em muitos casos, são profissionais autônomos com atuação em diversas escolas, sendo muitas vezes, atuação concomitante à de músicos intérpretes e compositores.

As escolas de música como instituições estão livres das exigências da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional em termos de regulamentação curricular, e também são livres do controle de agências do Estado ou de instituições religiosas. Elas não conferem diplomas reconhecidos pelo Ministério da Educação (MEC).

Não há um modelo específico de escola de música.  Um espaço pode se caracterizar como escola por ocorrer nele o ensino, ainda que cada profissional trabalhe por si, sem integração ou unidade. Essa suposta “desarticulação” é apresentada por diversos autores como uma das características das escolas, sendo que essa desarticulação parece revelar muito mais a diversidade de opiniões, crenças, culturas, princípios de ensino, concepções de música, entre outros inúmeros aspectos que reiteram a idéia de que a escola de música, assim como outras escolas, possui uma plurirracionalidade.

O público alvo é bastante variado. O perfil mais recorrente, em termos de interesse, é o comercial, que consistiria naquele aluno que está iniciando na música e não deseja se aprofundar muito nos estudos. Nesse caso, o aluno inicia pela motivação decorrente das músicas que ouve e pela admiração por determinada banda ou música. Esse tipo de aluno tenderia a desistir da música quando vê que o papel de instrumentista é diferente daquele de ouvinte e que requer um tipo de envolvimento e de dedicação mais intensos.

O perfil dos alunos varia também no nível de aprendizagem musical, em relação à faixa etária, que vai desde os  6 meses de idade até aproximadamente 70 anos. A escola de música abriga professores com muitas formações. Por ser livre, em termos de legislação, ela permite que professores com diferentes perfis de formação atuem nela.

As apresentações da escola também são consideradas como um diferencial. A escola possui um grande investimento em eventos diversos como saraus, apresentações de professores , apresentações de alunos e ainda espetáculos de grande porte que a escola chama de musicais.

Ainda que a escola de música siga determinados pressupostos tradicionais de organização e de ensino de música, ao mesmo tempo ela apresenta diversos aspectos inovadores, mostrando dinamismo na sua constituição, sendo que a flexibilidade e a mobilidade constituem-se em alguns dos aspectos que a singularizam.”

Fonte:

http://www.abemeducacaomusical.org.br/Masters/revista26/revista26_artigo6.pdf

Sandra Nunes
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